Márcio Campos Nobre
Tenho o hábito de caminhar de uma a duas horas de três a quatro vezes por semana junto à orla da cidade onde moro. Enquanto estou caminhando, geralmente estou com a cabeça fervilhando de idéias e pensamentos. Em muitas dessas reflexões, acabo percorrendo caminhos mentais que me levam a diferentes descobertas, tanto no plano pessoal quanto profissional. Gosto muito desse "duplo" exercício e do que ele me proporciona.
A habilidade de pensar é constantemente praticada no nosso dia-a-dia, muito embora não a aproveitemos com qualidade e profundidade. Mas em geral, estamos sempre pensando em "nosso universo".
Em uma determinada tarde, ao final do dia, decidi sair para uma das minhas "andanças". Tomei o rumo e comecei a praticar o meu "bate papo mental". Despertei em meus pensamentos o questionamento sobre qual o motivo, o quê me fazia optar por aquela ação, porque eu saia sistematicamente para caminhar. Julguei em um primeiro instante através de uma análise superficial que caminhava para praticar uma atividade física, mas aprofundando as minhas inferências cheguei a um ponto que tem feito com que eu aja, me comporte e me relacione de um modo diferente e especial, as minhas escolhas.
Entre várias propriedades e peculiaridades que diferem os seres humanos dos demais animais, o poder da escolha tornou-se o objeto dos meus questionamentos, do meu monólogo.
Todos os dias nós acordamos e somos servidos de um leque incalculável de opções. De simples escolhas que eventualmente passam despercebidas a decisões que requerem análises mais complexas.
"... peço um lanche rápido ou escolho aquela dieta mais balanceada...".
"... incluo essa ação no meu planejamento profissional ou avalio isso em um outro momento...".
Você pode dormir mais cinco minutos ou chegar na hora naquela reunião, você pode acionar o sinal para virar na esquina à direita ou receber uma multa de infração, você pode se comprometer ao máximo com a sua empresa ou viver na corda bamba da empregabilidade, enfim opções, escolhas e conseqüentemente resultados, conseqüências.
Embora alguns possam dizer "... nem tudo depende só de mim..." ou ainda, "... as coisas nem sempre são como eu quero...", isso definitivamente soa como uma atitude defensiva, como uma fuga aos meus ouvidos.
Sim, as escolhas dependem de mim. Sim, as coisas podem ser como eu quero. Faça chuva ou faça sol, frio ou calor, quem decide o caminho somos nós. É evidente que não temos o controle total sobre os resultados e as conseqüências, simplesmente porquê estas são variáveis, mas diversas coisas que fazem positivamente a diferença como sorrir, planejar, acreditar, agir, trabalhar são ações determinadas por nós e essas, por sua vez, geram seus respectivos resultados e conseqüências.
E então você pode se perguntar, "... mas como saber quais são as escolhas corretas?". A verdade é que não se tratam de escolhas corretas, mas sim de melhores escolhas situacionais. Opções que geram resultados mais bem qualificados. Escolhas realizáveis de acordo com o nosso momento, de acordo com a nossa conduta.
"... E o que pode ser feito para optar pelas melhores escolhas? Como se preparar para percorrer os melhores caminhos?...".
Não existe uma fórmula mágica ou algo que garanta as melhores escolhas, o que existem são algumas receitas a que todas as pessoas têm acesso. A prática e desenvolvimento de atitudes e comportamentos que nos conduzirão aos melhores caminhos. Pensar e agir positivamente sempre e o tempo todo é uma dessas práticas, uma dessas receitas. É preciso acordar e colocar todos os dias sobre os ombros um sinal de "mais" que lhe acompanhará em todos os momentos, em todas as situações. Uma verdadeira atitude positiva adicionada a um comportamento construtivo e pró-ativo, capaz de diferenciar o seu dia, capaz de melhorar a sua qualidade de vida, capaz de proporcionar a todas as pessoas que o cercam o prazer do seu convívio.
Sempre que fazemos nossas escolhas acompanhadas desse sinal de "mais", obtemos os melhores resultados e através desse condicionamento positivo, dessa prática em busca do melhor caminho, desenvolvemos e credenciamos a nossa responsabilidade, ou seja, a nossa habilidade de respostas e a tornamos um hábito.
Hábito de ser e viver feliz, ou ser amargo, indesejável, de viver mal humorado. Hábito de deixar a vida me levar ou de conduzi-la de acordo com os meus sonhos, com os meus planos. Hábito de surpreender positivamente as pessoas ou negativamente.
Habituar-se a vencer, a crescer, a atingir metas, a realizar planos, enfim, a tudo aquilo que julgamos ser o melhor é sem dúvida o grande desafio. Caminhar pode se tornar um hábito, basta que para isso eu decida, que você decida, que pratiquemos a nossa liberdade de escolher as atitudes, comportamentos e caminhos que queremos em nossas vidas. Por isso, toda a vez em que você se encontrar diante de opções tenha sempre a consciência de que nós somos o resultado de nossas próprias escolhas.
Márcio Campos Nobre
Consultor de Negócios da J.A.Nobre Consultores Associados.
Fonte: RH.com.br (www.rh.com.br)
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