Paulo Cesar Martin Guimarães
Em nossa trajetória profissional, como consultores e facilitadores na gestão e desenvolvimento das pessoas nas organizações, temos percebido, já há algum tempo, uma mudança significativa na relação empresa-colaborador. Portanto, é de fundamental importância para quem está buscando uma colocação profissional e, no caso das empresas, um novo colaborador, estarem atentos aos sinais desta mudança no plano das relações do trabalho.
A necessidade de trabalho, ou seja, de busca por um local onde possamos exercer nossas competências profissionais, deve merecer uma atenção especial das pessoas e das empresas. Podemos fazer uma certa analogia entre a relação empregatícia e o "casamento". Muitas vezes, para uma relação ter chances de êxito, necessita passar por algumas fases: do namoro, do noivado e, se houver identidade entre as partes, passa-se para a fase do casamento. Também nas relações de trabalho, para haver uma convivência duradoura, harmônica e realizadora, as partes têm que procurar se conhecer o suficiente para tomar a grande decisão: viverem juntas, numa mesma direção, por prazo indeterminado.
Assim, o conhecimento mútuo dos principais aspectos que influenciam o jeito de ser e agir do candidato ao emprego e da empresa, tais como a filosofia, crenças, valores, visões, interesses, competências, posturas, perspectivas, tendências, poderão ser de grande valia para facilitar a decisão de contratação e propiciar um relacionamento maduro, alinhado e comprometido. A não valorização deste estágio de conhecimento preliminar, no momento adequado, certamente refletirá negativamente no dia-a-dia da vida profissional. Não é necessário se conhecer tudo antes, mas para se construir uma relação transparente, com chances de vir a ser duradoura, é necessário que cada lado se mostre naquilo que lhe é mais importante, naquilo que realmente faz diferença.
O processo de recrutamento e seleção deve propiciar oportunidades para que as partes se conheçam melhor. Nesse sentido, o candidato ao emprego deve buscar o máximo de informações sobre o futuro empregador e, ao mesmo tempo, ser sincero ao falar de suas pretensões, expectativas, habilidades e atitudes. De outro lado, cabe à empresa apresentar-se ao candidato com muita abertura e transparência. Deve deixar claras suas políticas de Recursos Humanos como salário, benefícios e outras formas de recompensa. Além disso, precisa explicitar o que realmente espera do novo empregado, que atitudes valoriza, que competências exige, que desafios irá proporcionar. É comum as pessoas desempregadas aceitarem uma nova colocação sem se sentirem identificadas com o trabalho ou a empresa. Querem apenas fugir do desemprego. Nestas circunstâncias, o trabalho geralmente não traz satisfação e logo poderá frustrar as partes, por ser desgastante para ambas.
Por isso, sugerimos um momento de reflexão, tanto para as pessoas quanto para as empresas, de forma a perceberem o processo de contratação de uma pessoa para o trabalho como algo relevante, merecendo os cuidados necessários próprios de um início de relacionamento. Nós que lidamos com gestão e desenvolvimento de pessoas no âmbito empresarial sabemos o quanto uma relação mal planejada é iniciada sem os devidos cuidados pode afetar o ambiente de trabalho, causando insatisfações, pouco compromisso e curto tempo de tolerância e fixação. O começo do entendimento, para uma saudável convivência profissional (fase de captação, seleção, processo introdutório e de integração), deve ser percebido como de estruturação. Aí é que se constrói o alicerce sólido para a visão de futuro e a elaboração de planos empresariais bem consolidados e voltados para o desenvolvimento pessoal e profissional das pessoas na empresa.
Finalmente, temos a consciência das dificuldades causadas pelo desemprego e pela real necessidade das pessoas de sobreviverem através do trabalho, de forma a manter uma vida digna. Há uma música interpretada pelo Fagner que diz: "um homem sem trabalho... não dá pra ser feliz... castra os seus sonhos...". É uma triste realidade. Porém, precisamos ir além nas nossas percepções e vontades, procurando enxergar o trabalho como algo prazeroso e realizador. A parte financeira, a retribuição pela atividade laboral, é muito importante e indispensável, mas não é o bastante. Se, na busca do trabalho, as pessoas colocarem o aspecto material em primeiro lugar, certamente esse "casamento" poderá ter bases muito frágeis para sua sobrevivência, e muito menos para a conquista da felicidade e realização.
Paulo Cesar Martin Guimarães
Psicólogo e especialista em Gestão de Pessoas.
Fonte: www.rh.com.br
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